
O Vilão é o Julgamento
Era uma vez, uma pessoa, um trapo, um anti-herói na esquina,
nascido do barro, doutor da vida, a pedra fria é sua casa, os ignorados, a sua matilha,
todo dia é julgado por falsos juízes, olhares que desprezam, crucificam, aniquilam,
de tão forte que és, nenhum poder lhe é devido, venceu mesmo assim, o miserável mendigo.
Era uma vez, uma linda princesa, sapatinho retalhado, vestido rasgado, fora enganada pelo príncipe,
da maçã envenenada, gerou 2 crias, a casa é de palha, a abóbora, na mesa foi repartida,
todo dia é julgada por falsas moralistas, críticas a rebaixam, deboches a ridicularizam,
de tão forte que és, nenhuma ação lhe é devida, venceu mesmo assim, a mãe menina.
Todos somos heróis, humanos falíveis, vilões imperceptíveis,
erramos com todas as armas, acertamos quando nada é possível,
sempre tolos, animais incapazes ao julgarmos o próximo caído.
Não julguemos, estendei as mãos, peçais mil perdões, gentis, não hostis,
singelos gestos, palavras sábias, sejamos simplórios heróis em batalha,
para quê carregar o pesar dos julgamentos? a Deus lhe é devido, tudo a seu tempo.
Poesia por J.G.B
Pintura "Julgamento de Filipe do Santos" por Antonio Parreiras
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