Eu faço amor contigo, crio motivos, ideias, imagino, artesão da sua estrutura física,
corto a tensão na raiz, colo o corpo, descolo, insisto, riste, dou cor a face, tenro líquido,
faço esboço da pele amassada, recomeço, inacabado, mente criativa, tua corpulência, meu desalinho,
feito com as mãos, experimentado, minha obra prima ao seu lado, o amor artesanato.
Te notei, noite fria, um bar, meia lua, um vestido verde estonteante, entediada, um balcão, dois copos,
aquele homem não lhe merece, olhe-me, deixe-me pagar uma bebida, adivinharei a sua preferida, errarei, então me dirá,
farei rir de qualquer bobagem, prometo, explicarei que a lua não tem sentido sem um par como nós, ganharei tempo,
eu sei, não cairá em palavras fáceis, lhe desafio a me seguir, guiarei sem direção, enrolando seu juízo.
Invisível, quase indetectável, tomou forma, jeito, tsunami em água parada, olhos de jabuticaba,
linda face de sardas temperadas pelo sol, pele mergulhada em leite, corpo é fascínio, um deleite,
tortas nuances, forte maturidade, a menina mulher de voz rouca tranquila e a rara sintonia afinada,
e então, barreira quebrada, o homem passarinho e a mulher violeta, meteoros e cometas.