O amor é pueril, tola criança em desatino, corre pelos campos,
anda sobre rios, dança sob nuvens, sapateia em brasas, voa sem asas,
flutua em emoções, floresce os tristes corações, faz-se de tudo, graça,
quem ama puramente, não sabe explicar, tampouco, precisa entender.
Te notei, noite fria, um bar, meia lua, um vestido verde estonteante, entediada, um balcão, dois copos,
aquele homem não lhe merece, olhe-me, deixe-me pagar uma bebida, adivinharei a sua preferida, errarei, então me dirá,
farei rir de qualquer bobagem, prometo, explicarei que a lua não tem sentido sem um par como nós, ganharei tempo,
eu sei, não cairá em palavras fáceis, lhe desafio a me seguir, guiarei sem direção, enrolando seu juízo.
Um temporal, um vestido listrado, um coração alado,
frio na barriga, olhares ao chão, arrepios em concessão,
lugar desconhecido, poucas falas, sentimento engasgado,
a linda morena e o homem desencantado.
De repente era amor, palavras adocicadas, longas prosas, jeito fácil,
músicas adotadas, sorrisos colados, corpos selados, beijos intermináveis,
juras de um amor eterno, corações alados, sentimentos inquestionáveis,
as imperfeições perfeitas de um casal amável, dignos de contos encantáveis.
Presos por amor e pelo que nos juntou,
amores partilhados por quase tudo,
sentimentos desnudos e
vínculos profundos.
Pedaço de mim, deixeis, caíste a teus pés, a amável e deleitável parte, entregastes,
aqui jaz, enamorados, egoísmo conjecturar, que meras parcelas de nós, tanto desafogara-nos,
guarde este meu miserável fragmento, nas profundezas do seu ser, alimente os seus demônios, sem prazer,
naufrague em lágrimas, afogue lentamente a nossa imagem, as lembranças desse amor de pouca coragem.
A distância me impede de tocá-la,
mover os dedos em seus leves cabelos,
roçar a barba em seu pescoço,
rir o seu riso sem esforço.
Antes e depois, divisão de mares,
preenchido, completo, inovados ares,
novos planos conturbam a calma,
jornada por ela iluminada.